segunda-feira, 14 de julho de 2008

Conservação e Restauro

Numa altura que em Cabo Verde se fala muito sobre o Património Cultural, decidi então começar a tratar aqui, semanalmente, de um tema ligado a ciência que cuida e trabalha com os bens culturais: a Conservação e o Restauro.

Afinal o que é a Conservação e o Restauro:

Preservação, Prevenção, Conservação e o Restauro.
É importante sublinhar a ideia de que estes conceitos não são absolutamente estanques e que, ainda que conceptualmente se possa distinguir entre a conservação e o restauro, esta diferença nem sempre se pode aplicar na prática.
Para facilitar o entendimento e a assimilação destes conceitos procurou-se sistematizar a informação sob a forma de “definições”, mas na verdade a definição rigorosa destes termos é ainda uma discussão em aberto.
Recentemente, Salvador Muñoz Vinãs, catedrático de Conservação e Restauro de Bens Culturais na Universidade Politécnica de Valência, procurou aprofundar esta reflexão e introduziu mais alguns dados que nos levam a reflectir ajudando a definir com crescente rigor os conceitos abordados.
Na pratica, a conservação e o restauro sobrepõem-se com frequência, de forma a que nem sempre é possível distinguir entre ambas as actividades. Este tipo de coincidência é muito comum já que a maior parte das técnicas a que habitualmente o conservador restaurador recorre produzem, de forma simultânea, e em maior ou menor medida, efeitos tanto de tipo conservativo como de restauro.
E, de uma maneira geral, a preservação está sempre subjacente a qualquer uma delas (daí que S. Nuñoz Viñas considere a designação “conservação preventiva” uma redundância).
Segundo S. Nuños Viñas, fala-se de “tratamentos de conservação” e de “tratamentos de restauro”, como se as duas actividades fossem claramente discerníveis.
O Facto de que a maior parte das vezes se entenda o que quer dizer em cada caso, demonstra que existe um critério que as distingue. Esse critério, é a perceptibilidade da intervenção: a palavra conservação é empregue para referir parte do trabalho de conservação e restauro que não aspira a introduzir alterações perceptíveis no objecto intervencionado; pelo contrário, fala-se de restauro para referir a parte do trabalho de conservação e restauro que têm por fim modificar os traços perceptíveis do objecto.

Consolidação pontual sobre zona fragilizada (provavelmente provocada pelos ataques de insectos xilófagos). Acções de Conservação.

















Preenchimento de lacunas ao nível da estrutura. Acções de Restauro.


"Para a semana falaremos das regras para a definição de uma metodologia de intervenção em conservação e restauro"










1 comentário:

Unknown disse...

Gostei de ver abordado o tema da Conservação e Restauro que me é muito familiar,sem dúvida que os métodos preventivos são preferidos em relação a toda intervenção que altere as características iniciais da obra, mas só desejo aqui deixar meu agrado e gostaria de obter mais informação sobre o património artístico de Cabo Verde, abraço
Sérgio Loureiro
myselfmailinfo@gmail.com