segunda-feira, 14 de julho de 2008

João Cutileiro em Tomar.


A Galeria dos Paços do Concelho de Tomar tem patente, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro, uma exposição do artista plástico João Cutileiro.
Cutileiro que nasceu em Lisboa em 1937, e entre 1946 e 1952 frequentou os ateliers do pintor António Pedro e dos escultores Jorge Barradas e António Duarte. Na curta passagem pela Escola de Belas Artes de Lisboa constata que qualquer desejo de experimentação e de fuga ao cânone da estatuária oficial só seria possível fora de Portugal. Parte para Londres em 1955 e matricula-se na Slade School of Art, onde foi aluno de Reg Butler e contactou com Henry Moore.

Datam de 1953 as primeiras esculturas em gesso e pedra, que anunciam a preferência de Cutileiro pela utilização de materiais não plásticos, nos quais se chega à forma pela remoção do supérfluo. A partir de meados da década de 60, a troca dos instrumentos tradicionais pela maquinaria eléctrica possibilitou uma outra relação com à perda, naquilo que o artista designou como a “caligrafia da máquina”. Os encaixes e as assemblages com mármores de diferentes cores passam a dar corpo a uma nova concepção da escultura, entendida como construção.
O polémico “D.Sebastião”, erigido em lagos em 1973 e do qual o Núcleo de Arte Contemporânea possui uma das maquetas, configurou uma ruptura histórica em termos de monumento iconográfico e inaugurou na produção do escultor uma temática ou na fotografia, a obra de Cutileiro é predominantemente centrada na figura feminina e na expressão de um erotismo livre de tabus e moralidades, empenhando em despertar no espectador uma atitude de contemplação e surpresa.
Depois de uma prolongada estadia em Londres, regressou definitivamente a Portugal na década de 70, fixando residência em lagos, onde imbuído de uma atitude pedagógica fundou o Centro da Pedra de lagos, por onde passaram muitos dos artistas responsáveis pela renovação da escultura nacional nas décadas de 80 e 90.
Desde 1951, data da primeira exposição individual em Évora e Monsaraz, João Cutileiro conta no seu percurso com mais de cinquenta apresentações individuais em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Bélgica, Macau, Luxemburgo e Suécia. Premiado pela fundação Calouste Gulbenkian na II Exposição de Artes Plásticas (1961), recebeu o prémio da Academia Nacional de belas Artes em 1979 e o da associação internacional dos críticos de Arte em 1993, ano em que foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem de Sant’ lago da espada.
O artista que actualmente vive e trabalha em Évora está representado entre outras, nas colecções da fundação Calouste Gulbenkian, do Museu do Chiado, do Museu de Évora e Museu Municipal de Toma, e, autor do monumento ao “25 de Abril”, ao alto do parque Eduardo VII, tem obra publica em mais de vinte cidades em Portugal e no estrangeiro.

" A Galeria funciona de quarta à domingo , das 10h às 19h" entrada livre.

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