segunda-feira, 6 de julho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

Djoy Amado, um artista à seguir

Estou cada vez mais impressionado com o Djoy Amado( djaroz). Já o tinha ouvido no projecto praia dakar, voltei a ouvi-lo com o Tcheka, e agora estou maravilhado com o novo trabalho da Mayra, mais precisamente a fixa nº 2 "Tchápu na bandera". Não pude ouvir o trabalho da Isa perreira , mas acredito que a participação do Djoy ficou a altura dos outros.

Grande abraço rapaz, aguardo ansiosamente pelo teu trabalho.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

“Negros. Escravos. Relações sociais complexas, de má lembrança. Mas que a história não pode escamotear” (Joaquim Magalhães)


Gótico

Tal como no resto da Europa, o período gótico em Portugal foi de prosperidade e abundância e, por isso, propício ao desenvolvimento das actividades artísticas, cabendo sobretudo à Igreja o papel de encomendador.
Também neste facto, Portugal não foi excepção a regra, pois só por volta do século XV se deu uma verdadeira eclosão da clientela laica.
A actividade artística agora desenvolvida não só serviu o culto mas foi, igualmente, feita para uso de príncipes, nobres ou burgueses, abrangendo os mais diversos domínios da arte.
Foi também neste tempo que a arte feita por Portugueses atingiu uma capacidade artística e uma perícia técnica nunca encontradas até então. Isto deveu-se ao facto de terem existido trocas comerciais e diplomáticas com outros países, nomeadamente com a Flandres, donde foram importadas várias obras.
A centúria de Quatrocentos ficou marcada pelo vigor das oficinas da região de Coimbra e do estaleiro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, onde afluíram os principais lavrantes e escultores do País.
A renovada importância das oficinas de escultura da zona de Coimbra é notória a partir de finais do primeiro quartel, quando, terminadas as principais obras do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, se voltam a congregar na região os artistas saídos da Batalha. As necessidades de um mercado mais amplo e exigente, ajudadas pela abundância de pedreiras de calcário brando em Portunhos, Outil e Ançã, nos limites da cidade, bem como as vantagens oferecidas pela via fluvial do Mondego para o transporte das obras, levam à reorganização deste centro escultórico, de onde terá saído uma vasta produção de imagens de vulto, que se espalhou por todo o País.

Diogo Pires o velho

(Pormenor de cabeça de negro.Tumulo Fernão T. de Menezes – D. P. o velho 1481)


Nesta primeira fase da produção gótico, um dos escultores que se destacou foi Diogo Pires o Velho, escultor radicado em Coimbra, e activo até 1513, apegada ao formulário gótico, com um estilo muito próprio, onde se destaca um bom lançamento dos panejamentos finos, que deixam adivinhar o corpo, um naturalismo mais vivo e mais atento ao real, um convencionalismo mais atenuado na composição das figuras. A imagem da Virgem com o Menino da Igreja Matriz de Leça da Palmeira, oferecida por D. Afonso V em 1481, escultura policromada, em calcário de Coimbra, revela um forte naturalismo no tratamento da cabeça, com os cabelos lisos a escorrer sobre os ombros e o pescoço grosso, apresentando o estilo de panejamentos que permite identificar outras obras do mesmo autor, nomeadamente no tratamento das mangas do Menino, com pregas transversais e angulosas, a formar harmónico. Têm sido atribuídos diversos monumentos funerários, como o de Fernão Teles de Meneses, de 1470 ou ano próximo, de factura italianizante, feito para o Mosteiro de S. Marcos; obra este em temos um pormenor representando a cabeça de um negro, o que demonstra o conhecimento, o contacto que o autor tinha com este povo.

Diogo Pires, o moço

(Túmulo de D. de Azambuja - D. Pires o Moço-1510 -Montemor-o-Velho, Conv. N. S dos Anjos )

Diogo Pires-o-Moço, certamente ligado por laços de parentesco a Diogo Pires-o-Velho, e continuador da sua obra, enquadra-se ainda em parte na estética medieval, com um conjunto de obras onde perdura o gosto tardo-gótico, evoluindo posteriormente para uma linguagem que se aproxima já do Renascimento transalpino. Além de sofrer influências da Flandres, tão patentes nos seus anjos tenentes dos escudos heráldicos, nos cabelos ondulados de virgens e santos, no gosto pelos detalhes, depois de 1521, passou a incluir grotescos e medalhões nos frisos e entablamentos de romano, como nos túmulos do Mosteiro de S. Marcos, junto a Coimbra, de 1522, ou no de D. António Pinheiro, em Santa Maria do Olival de Tomar; de 1525. Mas as algumas das suas obras tardo góticas contam-se entre o que de melhor se fez entre nós na época manuelina, o caso do túmulo de Frei João Coelho, de 1513, para a igreja de Leça de Bailio, para onde esculpiu também uma pia baptismal e um cruzeiro; do de D. Luís Pessoa, da igreja de S. Martinho de Montemor-o-Velho; e, sobretudo, o de Diogo de Azambuja, no Convento dos Anjos desta mesma vila monde guina. No Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra deixou dois notabilíssimos anjos protectores do reino apresentando o escudo de D. Manuel e a esfera armilar.
A modernização da sua arte ficou a dever-se ao íntimo contacto com Nicolau Chanterene, um dos mais brilhantes estatuários do renascimento ibérico, que entre 1518 e 1528 desenvolveu a sua actividade na cidade do Mondego.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Negros. Escravos. Relações sociais complexas, de má lembrança. Mas que a história não pode escamotear "(Joaquim Magalhães)

Falar do negro, da sua representação, e das suas influências, nas obras de arte do séc. XV ao séc. XVIII implica falar antes da escravatura uma vez que para aquela época estes dois conceitos estão associados, o que é indesmentível.

Neste trabalho vou falar dos artistas portugueses que entre o séc. XV ao séc. XVIII, fizeram referencia ao negro nos seus trabalhos, retratando os primeiros contactos do negro com o europeu no solo Português, a convivência e a integração do mesmo na sociedade portuguesa dessa época. Para alem desses vou tentar fazer uma apresentação de alguns trabalhos que não pude fazer referencia aos seus autores, mas que retratam o negro nos seus trabalhos.



Mais ou menos escuros, sempre os Portugueses lidaram com povos de outras etnias que não estavam longe.
A primeira certeza da existência de negros, no actual território de Portugal, remonta ao Império Romano, nas escavações do Alto do Cidreira (Cascais), uma estação daquele período, foi encontrada uma estatueta em terracota representando um negro.
Aliás, os negros eram familiares aos romanos devido aos habitantes da Núbia, que se foram espalhando pelas diversas regiões do Império.
Mas, a partir de 1441 uma viragem no seu comportamento se assinala. Homens, mulheres e crianças capturados em Terra de Negro são trazidos para Portugal e postos à venda, escrevendo o horrível mercado.
Portugal, país mal povoado, onde faltavam braços para trabalhar os campos do sul, muito convinha aumentar os servidores urbanos para tarefas pesadas, neste contexto o negócio de captura e venda vai crescer, e Lisboa enche-se de negros, as forjas dos armazéns enchem-se de negros, as ruas de escravos e escravas a quem os mais penosos trabalhos se entregam.
Já entrado no séc. XVI é com espanto que os estrangeiros do norte da Europa encontram a cidade pejada de negros, que os seus senhores procuram explorar, mas também há que não esquecer, defender. Aos escravos a que se quer bem não se dão a alforria sem se lhes proporcionar meios de sobrevivência, porque a liberdade só, era o caminho seguro para a marginalidade e para a morte. O final do séc. XVI terá sido especialmente gravoso. E, desde então, a população negra começa a declinar, até porque fazia falta em outras paragens das conquistas e senhorios do rei de Portugal.
"Para a próxima semana continuarei com o desenvolvimento deste tema".

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Conservação e Restauro

Numa altura que em Cabo Verde se fala muito sobre o Património Cultural, decidi então começar a tratar aqui, semanalmente, de um tema ligado a ciência que cuida e trabalha com os bens culturais: a Conservação e o Restauro.

Afinal o que é a Conservação e o Restauro:

Preservação, Prevenção, Conservação e o Restauro.
É importante sublinhar a ideia de que estes conceitos não são absolutamente estanques e que, ainda que conceptualmente se possa distinguir entre a conservação e o restauro, esta diferença nem sempre se pode aplicar na prática.
Para facilitar o entendimento e a assimilação destes conceitos procurou-se sistematizar a informação sob a forma de “definições”, mas na verdade a definição rigorosa destes termos é ainda uma discussão em aberto.
Recentemente, Salvador Muñoz Vinãs, catedrático de Conservação e Restauro de Bens Culturais na Universidade Politécnica de Valência, procurou aprofundar esta reflexão e introduziu mais alguns dados que nos levam a reflectir ajudando a definir com crescente rigor os conceitos abordados.
Na pratica, a conservação e o restauro sobrepõem-se com frequência, de forma a que nem sempre é possível distinguir entre ambas as actividades. Este tipo de coincidência é muito comum já que a maior parte das técnicas a que habitualmente o conservador restaurador recorre produzem, de forma simultânea, e em maior ou menor medida, efeitos tanto de tipo conservativo como de restauro.
E, de uma maneira geral, a preservação está sempre subjacente a qualquer uma delas (daí que S. Nuñoz Viñas considere a designação “conservação preventiva” uma redundância).
Segundo S. Nuños Viñas, fala-se de “tratamentos de conservação” e de “tratamentos de restauro”, como se as duas actividades fossem claramente discerníveis.
O Facto de que a maior parte das vezes se entenda o que quer dizer em cada caso, demonstra que existe um critério que as distingue. Esse critério, é a perceptibilidade da intervenção: a palavra conservação é empregue para referir parte do trabalho de conservação e restauro que não aspira a introduzir alterações perceptíveis no objecto intervencionado; pelo contrário, fala-se de restauro para referir a parte do trabalho de conservação e restauro que têm por fim modificar os traços perceptíveis do objecto.

Consolidação pontual sobre zona fragilizada (provavelmente provocada pelos ataques de insectos xilófagos). Acções de Conservação.

















Preenchimento de lacunas ao nível da estrutura. Acções de Restauro.


"Para a semana falaremos das regras para a definição de uma metodologia de intervenção em conservação e restauro"










João Cutileiro em Tomar.


A Galeria dos Paços do Concelho de Tomar tem patente, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro, uma exposição do artista plástico João Cutileiro.
Cutileiro que nasceu em Lisboa em 1937, e entre 1946 e 1952 frequentou os ateliers do pintor António Pedro e dos escultores Jorge Barradas e António Duarte. Na curta passagem pela Escola de Belas Artes de Lisboa constata que qualquer desejo de experimentação e de fuga ao cânone da estatuária oficial só seria possível fora de Portugal. Parte para Londres em 1955 e matricula-se na Slade School of Art, onde foi aluno de Reg Butler e contactou com Henry Moore.

Datam de 1953 as primeiras esculturas em gesso e pedra, que anunciam a preferência de Cutileiro pela utilização de materiais não plásticos, nos quais se chega à forma pela remoção do supérfluo. A partir de meados da década de 60, a troca dos instrumentos tradicionais pela maquinaria eléctrica possibilitou uma outra relação com à perda, naquilo que o artista designou como a “caligrafia da máquina”. Os encaixes e as assemblages com mármores de diferentes cores passam a dar corpo a uma nova concepção da escultura, entendida como construção.
O polémico “D.Sebastião”, erigido em lagos em 1973 e do qual o Núcleo de Arte Contemporânea possui uma das maquetas, configurou uma ruptura histórica em termos de monumento iconográfico e inaugurou na produção do escultor uma temática ou na fotografia, a obra de Cutileiro é predominantemente centrada na figura feminina e na expressão de um erotismo livre de tabus e moralidades, empenhando em despertar no espectador uma atitude de contemplação e surpresa.
Depois de uma prolongada estadia em Londres, regressou definitivamente a Portugal na década de 70, fixando residência em lagos, onde imbuído de uma atitude pedagógica fundou o Centro da Pedra de lagos, por onde passaram muitos dos artistas responsáveis pela renovação da escultura nacional nas décadas de 80 e 90.
Desde 1951, data da primeira exposição individual em Évora e Monsaraz, João Cutileiro conta no seu percurso com mais de cinquenta apresentações individuais em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Bélgica, Macau, Luxemburgo e Suécia. Premiado pela fundação Calouste Gulbenkian na II Exposição de Artes Plásticas (1961), recebeu o prémio da Academia Nacional de belas Artes em 1979 e o da associação internacional dos críticos de Arte em 1993, ano em que foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem de Sant’ lago da espada.
O artista que actualmente vive e trabalha em Évora está representado entre outras, nas colecções da fundação Calouste Gulbenkian, do Museu do Chiado, do Museu de Évora e Museu Municipal de Toma, e, autor do monumento ao “25 de Abril”, ao alto do parque Eduardo VII, tem obra publica em mais de vinte cidades em Portugal e no estrangeiro.

" A Galeria funciona de quarta à domingo , das 10h às 19h" entrada livre.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Obra de Monet bate recorde mundial em leilão

Le Bassin aux Nymphéas, uma tela do pintor impressionista francês Claude Monet, foi vendida terça-feira à noite por 51,7 milhões de euros, num leilão da Chrisitie's em Londres, tendo batido o recorde mundial para uma tela do pintor. O quadro foi comprado por uma mulher, cuja identidade não foi revelada. A tela, que faz parte da célebre série de nenúfares brancos, bateu largamente a avaliação inicial que se situava entre os 22 e os 30 milhões de euros.
O último recorde para uma tela do pintor foi registado em Maio deste ano em Nova Iorque, com a venda em leilão da tela Le Pont du chemin de Fer à Argenteuil, por 26,7 milhões de euros. (IN SOL)

domingo, 25 de maio de 2008

Este

Uma retrospectiva sobre este mês de Maio que se aproxima do fim.
Reparo que de facto este mês ficou marcado pelas notícias negativas:

À começar pelos mais de 77 mil mortos confirmados, 60 mil desaparecidos e 20 mil feridos, números trágicos do ciclone na Birmânia.
O cismo que atingiu o centro da china há duas semanas, em que o numero de mortos poderá ultrapassar os 80 mil. Será que tudo isto tem a ver com toda a onda de protesto em prol dos tibetanos??? Não sei.
Os ataques xenófobos, em Africa de Sul, contra os imigrantes que já fizeram pelo menos 50 mortos e levaram mais de 35 mil estrangeiros a fugir e a grande parte a procurar refúgio do outro lado da fronteira. Quanto a isto recuso a acreditar.
E ainda também o desaparecimento físico de rauschenberg, um dos principais nomes da vanguarda nos Estados Unidos na década de 1950, Rauschenberg, natural do Texas, um dos precursores da Pop Art. Apesar disso, ficou conhecido por transitar com desenvoltura por diversos géneros artísticos, do expressionismo ao dadaísmo, sempre com ênfase na arte conceptual.
O melhor de tudo isto, neste mês, só a mudança politica na câmara municipal da Praia.

sábado, 24 de maio de 2008

A 22 de Maio arrancou o alkantara festival 2008 com o espectáculo de abertura Tempest II de Lemi Ponifasio (Nova Zelândia), às 21h00 no São Luiz Teatro Municipal. O espectáculo seguido por um cocktail no Jardim de Inverno e, à meia-noite, um concerto surpresa. A seguir festa. alkantara festival irá decorrer entre 22 de Maio e 8 de Junho. Em 17 dias apresentamos em Lisboa 26 espectáculos, em 78 sessões de artistas vindos de Portugal, Austrália, Índia, Turquia, Nova Zelândia, República Democrática do Congo, Bélgica, Holanda, Grã-Bretanha, Suíça, EUA, Alemanha, Argentina, República Checa, Brasil, Líbano, França, Argélia e Colómbia, em 17 teatros e espaços em Lisboa (Auditório Carlos Paredes, Castelo de São Jorge, Centro Cultural de Belém, Culturgest, Espaço Alkantara, Espaço Land, Hospital Miguel Bombarda, Museu da Electricidade/Central Tejo, Museu do Oriente, Palácio Nacional da Ajuda, Maria Matos Teatro Municipal, São Luiz Teatro Municipal, Politécnica, Teatro Meriodional)
consultar aqui: http://www.alkantara.pt/

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tudo a Solfejar. Quiça tiro mais um curso daqui à uns anos.

"A Universidade de Cabo Verde, Uni-CV pretende criar, no próximo ano lectivo, uma licenciatura em Música. Conforme o site desta instituição, apesar do grande potencial musical existente em Cabo Verde, o ensino nesta área resume-se a iniciativas individuais, manifestamente insuficientes para atender a grande demanda por um ensino sistemático de técnicas, repertórios e conceitos musicais. Por isso, encontram-se reunidos na Uni-CV, músicos, professores e especialistas estrangeiros com o objectivo de chegar a uma proposta de estruturação da formação em Música na universidade pública.Da parte nacional, para além de membros da equipa reitoral, participam os professores Pedro Moreno, Ricardo de Deus, Margarida Martins (Instituto Pedagógico, S. Vicente) e Henrique "Djick" Oliveira. E ainda o pianista Zeca Couto, o produtor e engenheiro de som Zunga Pinheiro e o director da Promoção Cultural, José Maria Barreto. Da parte internacional participam os etnomusicólogos, Jorge Castro Ribeiro e Susana Sardo da Universidade de Aveiro e Cristina Brito da Cruz da Escola Superior de Música de Lisboa. No fim destes encontros deverá sair um documento que recomende a criação da licenciatura em Música na Universidade de Cabo Verde". (in expresso das ilhas)