sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Negros. Escravos. Relações sociais complexas, de má lembrança. Mas que a história não pode escamotear "(Joaquim Magalhães)

Falar do negro, da sua representação, e das suas influências, nas obras de arte do séc. XV ao séc. XVIII implica falar antes da escravatura uma vez que para aquela época estes dois conceitos estão associados, o que é indesmentível.

Neste trabalho vou falar dos artistas portugueses que entre o séc. XV ao séc. XVIII, fizeram referencia ao negro nos seus trabalhos, retratando os primeiros contactos do negro com o europeu no solo Português, a convivência e a integração do mesmo na sociedade portuguesa dessa época. Para alem desses vou tentar fazer uma apresentação de alguns trabalhos que não pude fazer referencia aos seus autores, mas que retratam o negro nos seus trabalhos.



Mais ou menos escuros, sempre os Portugueses lidaram com povos de outras etnias que não estavam longe.
A primeira certeza da existência de negros, no actual território de Portugal, remonta ao Império Romano, nas escavações do Alto do Cidreira (Cascais), uma estação daquele período, foi encontrada uma estatueta em terracota representando um negro.
Aliás, os negros eram familiares aos romanos devido aos habitantes da Núbia, que se foram espalhando pelas diversas regiões do Império.
Mas, a partir de 1441 uma viragem no seu comportamento se assinala. Homens, mulheres e crianças capturados em Terra de Negro são trazidos para Portugal e postos à venda, escrevendo o horrível mercado.
Portugal, país mal povoado, onde faltavam braços para trabalhar os campos do sul, muito convinha aumentar os servidores urbanos para tarefas pesadas, neste contexto o negócio de captura e venda vai crescer, e Lisboa enche-se de negros, as forjas dos armazéns enchem-se de negros, as ruas de escravos e escravas a quem os mais penosos trabalhos se entregam.
Já entrado no séc. XVI é com espanto que os estrangeiros do norte da Europa encontram a cidade pejada de negros, que os seus senhores procuram explorar, mas também há que não esquecer, defender. Aos escravos a que se quer bem não se dão a alforria sem se lhes proporcionar meios de sobrevivência, porque a liberdade só, era o caminho seguro para a marginalidade e para a morte. O final do séc. XVI terá sido especialmente gravoso. E, desde então, a população negra começa a declinar, até porque fazia falta em outras paragens das conquistas e senhorios do rei de Portugal.
"Para a próxima semana continuarei com o desenvolvimento deste tema".

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